quarta-feira, 26 de abril de 2017

Uma triste realidade nas metrópoles


Hoje, dia 26 de abril de 2017, levei minha bike para um pequeno conserto numa oficina que já mostrou-se confiável. Fica na Rua Cosmorama e que conforme os Correios, fica no Bairro de Boa Viagem, no Recife.

Enquanto aguardava o conserto, sentei-me da calçada superior, entre a oficina e à minha direita, uma pequena fábrica de móveis, que na imagem acima aparece com as portas abaixadas.

Repentinamente várias pessoas saíram de uma ruela (entre o prédio branco e o prédio bege). Nos fundos desses prédios à esquerda, fica a Favela (ou politicamente correto, comunidade) da Borborema.

Um jovem aparentando cerca de 18 anos, sem camisa, caminhava amparado por outras pessoas, que seguravam um tecido (provavelmente a camisa do rapaz), no flanco esquerdo, pouco acima do rim.

Algumas pessoas que estavam próximas a mim imediatamente foram ao encontro do grupo. Ao voltarem, contaram o que estava ocorrendo:

- O "cara" levou bala ai dentro da favela. O tiro entrou pelas costas e saiu na frente... Ao que outro respondeu: "deve ter sido de uma 380 ou ponto 40."

Foi quando levantei-me e fiz o registro a seguir:


As pessoas fizeram o rapaz sentar, pois realmente começara a passar mal, enquanto tentavam conseguir uma condução para levá-lo ao pronto-socorro. Táxi não passou nenhum... O Samu?!?! Felizmente conseguiram um automóvel particular e levaram-no.

O que me chamou à atenção, é que à cerca de apenas 50 metros, fica uma Delegacia. Nenhuma das pessoas pensou, ou quis ir até a Delegacia para pedir ajuda (certamente facilitaria na chamada de uma ambulância).

Ao meu lado direito, em frente à pequena fábrica de móveis, as pessoas conversavam e aproximou-se um rapaz, também na faixa de 18 anos com uma garrafa com cola, que era cheirada constantemente e "intrometeu-se" na conversa. O funcionário da pequena fábrica foi logo dizendo: "dê um jeito nessa garrafa, rapaz... vai que um policial passa por aqui e vão achar que somos nós que estamos fornecendo essa cola para você"

Não sei dizer o que aconteceu com o baleado. Espero que tenha sobrevivido, caso contrário será mais uma vítima na estatística. Em 2016, só no Recife, foram 658 homicídios.